Estou stressado, cansado, desinspirado.
Queria escrever um conto que metia um Empreiteiro e o seu Mercedes topo de gama, a esposa que só lê revistas cor-de-rosa e devora novelas indiferente às "reuniões" do marido no Elefante Branco, o trabalhador da construção civil que gosta mais do seu Saxo Cup do que das damas que passam pelas suas mãos, etc, etc...
E claro, como bom Shakesperiano que sou, no final ficava tudo estropiado.
O problema é que falta-me inspiração, desta forma esse conto fica para segundas núpcias.
Para compensar vou-vos falar de cinema.
Sendo um consumidor de gostos médios, ou seja, não comendo a maior parte dos blockbusters que andam por aí (afinal eles passam na TV 2/3 anos depois), também não sou daqueles que defende o cinema de um qualquer cineasta polaco (1) de nome impronunciável como o melhor à face da terra ou fica até ao final dos genéricos para esclarecer a dúvida existencial sobre o nome do Director de Fotografia ser a Valentina Kwasniewvski ou Alexander Pitovich.
Assim, e para terem uma ideia dos meus gostos, posso-vos referir três filmes que me marcaram, 2001 - Odisseia No Espaço, The Doors e Pulp Fiction.
Gostei e gosto de muitos outros, mas estes estão noutro nível.
O primeiro é reflexo dos meus gostos pré-adolescentes, na altura devorava tudo o que fosse ficção científica e 2001 nesse aspecto é uma obra Maior do género.
O segundo marca a descoberta de um grupo mítico e personifica na perfeição um tempo e de um viver.
Finalmente o terceiro tem uma história engraçada, aí seis meses da película sair, ouvi uma entrevista de Bjork, minha tara adolescente da altura a referir Cães Danados de um tal Tarantino como dos melhores que tinha visto.
Tarantino? Quem é esse? À falta de melhor (A Internet na altura era privilégio de poucos), andei atento nos "Blitz"'s e "Super Som"'s que iam saíndo alguma referencia ao dito cujo.
Até que li uma referencia ao novo filme dele, "Pulp Fiction".
À primeira oportunidade fui vê-lo.
Adorei, mais tarde gravei o filme e revi-o milhentas vezes.
A meu ver é o ponto alto de Tarantino, talvez por ter sido o primeiro filme dele que vi tenha marcado mais, mas também Cães Danados e Kill Bill vol.2 foram filmes que apreciei imenso.
Quanto aos restantes, sem ter desgostado, ficaram longe dos já referidos.
Tarantino é um pouco como Mourinho (desculpem a referencia ao futebol), retira dos actores o melhor que têm para dar, basta ver o brilho de Samuel L. Jackson nos "Tarantino Movies", o papel de John Travolta em Pulp Fiction ou as performances inquietantes de Uma Thurman.
Tarantino, respect!
(1) - a princípio era para referir a nacionalidade iraniana, mas depois lembrei-me do realizador do "Sinais", do qual sou um grande apreciador....
:P
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