Agora que a Holanda juntou-se à França no chumbo da Contituição Europeia seria bom os Eurocratas de Bruxelas reflectirem na razão de tais resultados.
Muitos votaram Não por razões diferentes, vejamos algumas:
* Protesto contra o Governo Local;
* Protesto contra a entrada da Turquia na UE;
* Protesto contra o aprofundamento da União Europeia sem a participação dos cidadãos;
* Protesto contra a remoção da frase "Raízes cristãs" do preambulo da mesma;
* Protesto contra a União em si.
Das cinco subscrevo algumas, particularmente uma que para Portugal tem ainda mais razão de ser.
A Turquia é um gigante populacional com 70 milhões de habitantes e ficaria como o segundo país mais populoso da União, atrás da Alemanha (77 milhões). E com tendência para aumentar...
Mas é um gigante esfomeado de fundos comunitários, pois o rendimento per capita pouco mais é que metade do português.
Está-se mesmo a ver para onde iriam os fundos comunitários...
Se Portugal vai perder muito em favor dos novos países, imaginem se entrasse a Turquia...
Poder-se-à considerar um argumento egoísta. Talvez. Mas é real.
Muitos mais argumentos surgem na oposição à entrada da Turquia:
- Desrespeito pelos Direitos Humanos, nomeadamente para com os Curdos;
- Rivalidades/inimizades históricas com os vizinhos europeus (não só da Grécia);
- A maior parte do território da Turquia está na Ásia (passava a ser uma União Euro-asiática);
- A pressão enorme que os EUA fazem para a entrada da Turquia pode ter como contrapartida a possibilidade de ter mais um cãozinho amestrado como o Reino Unido;
- Caso os produtos turcos tenham livre-trânsito na UE podemos assistir ao mesmo fenómeno que se vê agora com os produtos chineses.
A UE não pode expandir-se indefinidamente e tão rapidamente como certos dirigentes (Barroso à cabeça) pretendem, primeiro deve consolidar e ajudar os países que entraram o ano passado, o que não será tarefa rápida nem fácil, precisando para tal de pelo menos uma década.
Depois dever-se-à pensar seriamente em criar as paredes da UE, nomeadamente criando acordos de cooperação económica com a Turquia, Rússia, Ucrânia, Marrocos, Tunísia, etc.
A UE para ser uma entidade a ter em conta no xadrez mundial deve ter um mínimo de homogeneidade e dispôr de fronteiras seguras.
Caso contrário, também quero Cabo Verde na UE!
terça-feira, maio 31, 2005
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