terça-feira, maio 17, 2005

Portugal no seu melhor

Arredores de Santa Maria da Feira. Passam poucos minutos do meio dia.

Pelo passeio caminho em direcção ao carro quando ouço atrás de mim um estranho barulho.

Parecia o troar de um canhão ou o barulho de um trovão.

Olho em direcção. Um Honda Civic CRX azul de farois azuis e fartos élerons aproxima-se.

Detenho-me. Admiro a visão. O pisca escurecido indica mudança de direcção.

Clique-claque-clique-claque.

A obra de arte parou na entrada da casa em frente. Abre-se a porta. Loira de vintes e muitos munida de roupa justa mostrando os quilos a mais dos chispes de feijoada levanta-se e abre o portão.

A máquina entra. A porta abre-se. O macho sai. Levanta os óculos de mosca e domina o horizonte com o olhar.

O puto sai. Cinco/seis anos ou outros tantos. Uma cópia do pai. Aproxima-se da mãe. Puxa-lhe a roupa. Quase tapa as peles pendentes da barriga.

A Sogra. Também estava. Com a ajuda da mãe, engana as artroses e sai também.

Abre-se a porta da mala. Os sacos do Lidl vão e vêm. O puto berra e pula. A mãe chateia e ralha, ameaçando com a mão. A Sogra veste um estranho sorriso. De que será?

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