sexta-feira, outubro 20, 2006

Como nasceu a Ria de Aveiro



Há uns meses comprei um livro interessante editado pelo Museu de Ovar e intitulado "Formação da Ria e Zona Ribeirinha", no qual se faz uma resenha histórica da Formação da Ria de Aveiro.

Já sabia de algumas coisas, tal como o facto do mar ter chegado a Estarreja (basta ver o terreno do pinhal ao lado do Estádio do CDE), mas o livro permitiu-me ter uma ideia mais global da evolução geográfica da nossa região e verificar que a Ria de Aveiro já foi muito diferente...


Como é possível ver na figura em cima, cerca de 2.000 A.C. o mapa da Região era muito diferente da actualidade, com uma inflexão da costa em Espinho para leste, passando pelas imediações de Ovar, Estarreja, Fermelã, Angeja e Alquerubim, acabando num delta onde actualmente existe a Pateira de Fermentelos e que servia três Rios (Vouga, Águeda e Cértima).



A linha de costa seguia até Cacia e descia depois quase em linha recta até Portomar e Mira.

O território mais a norte (Esmoriz, Ovar e Murtosa) começou a formar-se com a movimentação das marés no seu sentido norte-sul e o depósito de aluvião dos vários Rios a sul levou a que se formassem as Gafanhas.

Já com a porção "continental" formada, as areias do mar formaram a última peça do puzzle da Ria: O cordão dunar que vai do Furadouro até perto de Mira.

Como é possível ver no mapa, o cordão formou-se de norte para sul, e cerca de 1200 D.C. situava-se nas imediações da Torreira.

Este foi descendo até que em 1756 o cordão tapou a comunicação da Ria de Aveiro com o oceano, o que levou a que Ria se tornasse num lago de água fétida e fonte de doenças como o paludismo e contribuísse para a degradação da economia local, pois o comércio, produção de sal, pesca e agricultura sofreram todos com a falta de comunicação com o mar.

Para solucionar a situação, em 1808 foi inaugurada a abertura do Canal da Barra que permitia a comunicação da Ria com o Atlântico e assim escoar as águas paradas, fonte de degredo.

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