quinta-feira, janeiro 11, 2007
Encontro
Encontraram-se em dia de chuva torrencial e o colega de turma que os apresentou rapidamente passou para segundo plano.
A troca de olhares entre João e Ana rapidamente se transformou em desejo, o desejo em beijos e os beijos em carícias.
"Gosto tanto de te ver brilhar, tu deixas-me iluminar" - Disseram.
"Amo-te, desejo-te, quero-te" - Confessaram.
Alucinados, viveram juntos, partilharam tudo, viciaram-se no corpo do outro, desejavam-lhe o cheiro, a pele, o sabor.
Assim viveram durante meses, até que outra dependência se lhes juntou: o pó-de-anjo.
A espiral de alienação foi aumentando, deixaram de ter vida social, o mal-estar entre ambos aumentava e João deixou-a para se salvar.
Uma semana depois estavam de novo juntos, de novo o sexo, de novo o pó.
João tentou acabar mais vezes, duas, três, quatro, sempre com o mesmo resultado, a mesma recaída.
Numa das vezes em que João tentou libertar-se, Filipe ajudou-o a procurar uma saída para o buraco em que se encontrava.
Mais tarde João apresentou Filipe a Ana e disse-lhes adeus, até sempre. João ia para Inglaterra tentar esquecer o passado...
Anos mais tarde, o escultor João regressou para um jantar com amigos da Faculdade e deparou-se com Filipe e Ana, tinham-se casado há um ano e notou que Ana estava mais serena, mais confiante, mais...feliz.
Tal como ele, Ana tinha encontrado o seu lugar na roda dentada da Vida.
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