Nascemos.
O centro das atenções,
os Ai Jesus dos pais,
os primeiros passos,
brincamos, crescemos
e por fim aprendemos.
Puberdade.
A distância da família,
a irmandade de amigos
onde criamos identidade,
ocasionalmente erramos
ocasionalmente acertamos.
Jovens.
Últimos anos de estudo,
primeiros de trabalho,
sangue na guelra,
últimas ilusões,
primeiras decepções,
a vida é bela.
Jovens adultos.
Responsabilidades e compromissos,
as expectativas por realizar,
os planos e o dinheiro,
trabalhar e comprar.
De novo a família.
Pais.
De repente o mundo muda,
fica pequeno e atarefado,
enquanto vemos naquele olhar
o reflexo do nosso brilhar.
E a Terra gira sem parar.
Meia idade.
Os filhos cresceram sem avisar
e os primeiros achaques
chegam sem se anunciar.
O prazer passou da boa cama
para a boa mesa singular.
Terceira idade.
Os anos passam,
a espiritualidade aumenta
na esperança de nos salvar.
Os mais novos toleram-nos,
já não somos o centro nuclear.
Quarta idade.
Afastados a um canto,
contamos que nos venham buscar,
longe da realidade estranha,
lembram-se dias passados
sem parar.
THE END
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