O dia começa cedo, às oito da manhã já estou na estação de autocarros de Zelzate, ainda a recuperar da ida a Terneuzen...
Lá encontro apenas um utente, um belga dos seus 30 anos, ao qual pergunto os horários dos autocarros e este no decorrer da conversa pergunta-me se sou inglês, ao que respondo "Não" com alguma surpresa pois nem o meu inglês tem acento britânico...
Adiante.
Depois de uma eternidade em que o autocarro parou numa série de paragens até Gent, eis-me finalmente na estação, altura para comer um Waffle de chocolate, vício recentemente adquirido e que é a minha primeira influência belga. Para além do "Ya".
Meto-me no comboio e faço o transbordo em Liége, local que fiquei a conhecer superficialmente mas deu para sentir que a Flandres está longe e que a cidade é mais francófona e universal.
E afinal a terra não é plana!
Depois de Liége surgem finalmente relevos e montes entrecortados por vales fortemente arborizados, lembrando já a Alemanha rural que imaginamos como meio ambiente da Heidi, Klum ou outra.
Finalmente Aachen e O SUSTO.
Quando o comboio parou na gare reparei que havia muita polícia em frente, mas não liguei...
Até que ao fim de uns três passos na gare um polícia chama-me à parte e interpela-me em françês:
P - Desculpe, tem o seu passaporte consigo?
K - Não, mas tenho o BI...
P - Então mostre-mo, por favor...
K - Aqui está.
O polícia vê o documento e responde-me em português:
P - Porrtuguês?
K - Sim.
P - De Porrtugal?
K - Sim...
P - Nasceu em Porrtugal?
K - Sim, nasci...
P - Estarreja? Onde fica isso?
K - Fica entre Aveiro e o Porto, conhece essas cidades?
P - Conheço...pode ir.
Só depois reparei que a polícia estava a pedir os documentos a todas as pessoas que tivessem traços de magrebinos ou muçulmanos...
Depois desta recepção atribulada na Alemanha, fui finalmente descobrir a cidade, embora a princípio tivesse receio de tirar fotos pois do nada poderia surgir algum polícia suspeitando que aqui o Youssef andasse a tramar alguma...
Aachen é uma cidade histórica que foi palco de disputas históricas (Tipo Olivença) com a França, que continua a chamar-lhe Aix-la-Chapelle.
Mas a pluralidade de catedrais e monumentos históricos não impede que esta seja uma cidade virada para o futuro, com edifícios futuristas e amplas avenidas convivendo com a Aachen medieval de ruas estreitas e estabelecimentos típicos.
Foi nesta zona que aproveitei para comer uma bratwurst e beber uma Bit na esplanada. Imaginem o Ei da Vagueira mas ao ar livre.
Os pequenos prazeres da vida podem ser tão simples...
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