terça-feira, agosto 17, 2010

Aquela altura do Ano - 33

Quase sete anos depois de iniciar este blogue, acontecimento que coincidiu com uma nova fase na vida aqui do je, eis-me naquela altura do ano em que se impõe fazer um balanço do ano que passou e, agora que pressinto um fechar de ciclo, olhar para estes sete anos.

O que mudou?

Antes do mais, mudou a noção do tempo, este tornou-se mais rápido e escasso, os dias passam sem tempo para parar e reflectir, já não há tempo para hobby's, não há tempo para os amigos, já não há tempo para perder tempo.

E no entanto...

Aqueles raros momentos de prazer, como um final de tarde na esplanada frente ao mar ou uma noitada bem regada são vividos intensamente, pois nunca se sabe quando será a próxima.

Outra diferença é o carrossel emocional ser menos pronunciado, o acréscimo de vivências para isso contribui e também ajuda saber interpretar melhor o mundo que nos rodeia, mesmo que certos fenómenos pós-modernos comecem a escapar do radar.

Com a entrada no Planeta Trintão também mudou o relacionamento com outras gerações, os "entas" já são tratados de forma mais próxima, tornando-se mais comuns os "Tu" com essa fatia da população. Em contrapartida, começam a ser comuns os "você / o senhor" quando sou interpelado, não deixando de sentir estranheza quando esse tratamento mais formal é-me dado por quem acabou de sair da adolescência.

O sentimento de imortalidade já não é tão forte, os primeiros sinais de uso começam a manifestar-se no corpo e o receio pelas maleitas aumenta.

Finalmente, as crianças tornaram-se num testemunho da passagem do tempo, crescendo e desenvolvendo-se num ápice, lembrando assim as frases que ouvi há muitos anos: "Tão grande que ele está, parece que ainda foi ontem que o peguei ao colo..."

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