domingo, novembro 21, 2010

Suburbia

Em frente ruas pejadas de carros

ao lado edifícios cinzentos

na cor da alma suburbana

o semáforo muda para vermelho

lembrando o inferno moderno...



Pelos passeios ruminam

jovens de cores garridas

escondem a fuligem da alma

olhando para baixo

em busca do nada



Na paragem do autocarro

grafitada de negro

pessoas esperam

a polícia atravessa

mirando em redor



O feitiço da rotina

governa quem cá vive

gestos repetem-se

como robots programados

em piloto automático



Daqui não podes fugir

apenas consegues sonhar

imaginar-te noutra vida

viver noutra dimensão

longe deste buraco cinzentão



Barulhos agridem os ouvidos

carros correm até à rotunda seguinte

sirenes tocam, obras poluem

moldando o carácter suburbano

duro, cinzento e frio



Inspirado em Suburbia dos Pet Shop Boys


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