quinta-feira, fevereiro 03, 2005
Santana - 0 Sócrates - 0
Neste debate à americana lembrei-me de três debates americanos e da sua dicotomia forma/conteúdo.
O primeiro foi entre Nixon e Kennedy, em que o Republicano ganhou ao Democrata na maior parte das questões mas nas sondagens posteriores ao debate os eleitores elegiam Kennedy como vencedor.
E porquê?
Porque demonstrou maior à-vontade e descontracção levando as pessoas a simpatizarem mais com ele.
O mesmo sucedeu nas disputas Al Gore - GW Bush e mais recentemente Kerry - GW Bush, apesar de no conteúdo do debate terem ganho, a maior rigidez corporal e verbal dos dois Democratas levou a que tal vantagem se esfumasse.
Dei estes exemplos para vos falar do que sucedeu ontem entre Sócrates e Santana.
Ambos traziam a lição bem estudada, o que em Sócrates é normal mas em Santana não o é.
Tendo em conta a entrevista de Sócrates há alguns dias na RTP1 (em que esteve muito bem), seria de esperar que trouxesse alguns trunfos debaixo da manga para fazer o xeque-mate a Santana. Não o fez. Em vez disso, limitou-se a repetir slogans de campanha, sem adicionar nada ao que já tinha dito.
Por sua vez Santana, para além de mais umas bocas de mau gosto (porque não provoca também Paulo Portas?), também não trouxe nada de novo ao debate, limitando-se a ser quem é...
E em debates quando os adversários não o batem em Conteúdo, muito menos o fazem na Forma, pois aí ele é quase perfeito (tal como Bush).
Sócrates lembra bastante Cavaco Silva dos primeiros tempos e talvez seja disso que o país precisa, agora ele tem é de demonstrar que sabe o que quer e dar exemplos claros de como pretende fazer.
Talvez no debate a cinco na RTP1...
Alguns exemplos de assuntos que gostaria de aí ver discutidos: Evasão Fiscal (como combatê-la?), Educação (Melhora-se o que se tem ou faz-se mais uma reforma?) e Saúde (Genéricos?, Hospitais privados ou públicos? ).
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