domingo, junho 26, 2005
Realidades
I - Imigrantes
Acabei de ver uma reportagem sobre a implementação da lei dos símbolos religiosos nas escolas francesas, também conhecida entre os muçulmanos como a lei anti-hajib.
Preocupou-me ver jovens arreigadas ao véu islâmico dizendo coisas como:
"- Antes nem usava muito o hajib, agora dou mais valor e uso-o mais por ser contra a lei."
"- Isso não é problema meu..." (resposta à pergunta: Sabe que há mulheres a serem mortas na Argélia por recusarem o hajib?)
Lembrei-me então dos filhos de imigrantes africanos que recusam a integração na sua nova terra, preferindo viver no bairro, dizendo-se africanos, mas que de africanos têm apenas a cor da pele e certos aspectos culturais, não têm como aspiração o regresso a Africa, pois sabem que lá não têm acesso fácil às Nike, ao telemóvel 3G, ao Saxo Cup kittado...
Criam assim no bairro a sua Africa, local de vida aparentemente fácil onde não têm de suportar o racismo escondido dos portugueses brancos, de onde só saem para tratar dos vícios consumistas.
Num lado como no outro os imigrantes de segunda geração já esqueceram as dificuldades que levou os seus pais a partir da Terra-mãe, mas recusam integrar-se no país que os viu nascer.
II - Mundos fechados
Quem vive em circuitos fechados, sem contacto com outras realidades, tende a sobrevalorizar o que lhe é familiar, pois não conhece mais nada e desconfia da novidade, da mudança.
Muitas vezes chega-se a negar o que é melhor apenas porque é desconhecido.
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