domingo, junho 26, 2005

Um bocadinho de história da Ria de Aveiro



Portulano de Petrus Visconti, o mais antigo documento conhecido da costa portuguesa, datado de 1318.

- Neste documento é possível ver abaixo de Portucale (Porto), a palavra Vouga, mostrando o local uma geografia muito diferente da actual.

Como refere Fernando Marques, na sua História do Bacalhau: "...reproduz com algum rigor a presente configuração costeira que segue da foz do Guadiana até ao Cabo Mondego, não deixa daí por diante, até alturas de Espinho, de mostrar alteração significativa: a laguna estava por nascer, muito embora se encontrassem já em franca actividade as forças que acabariam por modelá-la. Em seu lugar espraiava-se, ao longo de mais de uma centena de quilómetros, um golfo enorme aberto ao mar-oceano, cujo contorno corria a Esmoriz, infletindo-se por Cabanões, à ilharga da cidade vareira, beijando as arribas de Válega, Avanca, Estarreja, os altos de Salreu, Canelas, Fermelã e termo de Angeja e, para além do Vouga, os de Aveiro até à Gândara, para ir morrer às abas da Serra da Senhora da Boa-Viagem."

- Segundo os historiadores, a foz do Vouga foi colonizada num primeiro por Gregos e Cartagineses e mais tarde por Normandos e Vikings, notando-se algumas particularidades étnicas na população local, nomeadamente a proliferação de pessoas de tez morena com olhos claros e a percentagem elevada de pessoas de pele esbranquiçada e sardenta com cabelos claros.

Também os moliceiros apresentam similaridades suspeitas com as embarcações tradicionais de cidades gregas e fenícias.

- Aveiro foi entreposto comercial de sal, vinho e bacalhau ao longo de séculos, tendo os estrangeiros comerciantes na cidade direito a bairro própio, o bairro de Alboi, cujo étimo seria, "Albion" ou seja um dos nomes da nossa (velha) aliada.

- A propósito do sal, Fernando Marques refere-nos: Temos, todavia, por ocioso continuar a enumeração de outros lugares de vincada aptidão salicícola. Feitorias de sal havia-as um pouco por todo o lado: remota memória situa-as, no periodo pré-lagunar, em Alquerubim de Albergaria ou, mais recente informação, dá-as no Bunheiro da Murtosa, quando a orla do golfo circundava pela Boca-da-Marinha, cerca do lugar do Facho, onde em tempos recuados existiu um luzeiro a balizar a entrada da barra de então.

Sem comentários: