Na manhã seguinte Lurdes foi para o rio com a família, pais, avó, tios e primos para um piquenique.
Mulheres a preparar a mesa, homens a assar a febra. E ela com o primo no pensamento.
Depois do almoço e das conversas de circunstância, Lurdes puxou da toalha de praia e estendeu-a perto do rio, tirou os calções justos e a t-shirt rosa e deitou-se de barriga para o ar.
Pouco depois sente uma voz que de imediato reconheceu, era o Hervé.
- Querres companhia?
Está bem... - disse entreabrindo um dos olhos.
Hervé sentou-se ao lado, fazendo-lhe sombra.
Sai daí, quero apanhar sol... - disse Lurdes.
Hervé deixou-se estar, limitando-se a sorrir.
Sai daí!... - disse ela ao mesmo tempo que tentava empurrá-lo.
Após alguns segundos a empurrarem-se, Lurdes já tinha o peito do primo em cima do seu, e lembrando-se que os pais estavam por perto e podiam chamá-la à atenção, empurra-o e afasta-se.
E rápazes? - perguntou o primo.
- Hã?....
- Devês terr muitos rápazes, uma raparriga bônita como tu...ná êscola, ui...
- Tenho nada...
- Non? Ohhh....Non acrrêdito...
- E se tiver também não quero nada com eles...
- Pôrrquê? Gôstas de um rápaz?
- Sim...
(Lurdes fica corada)
- Ah bom...E ele gôsta dê ti?
- Não sei...
- Non sabes? Porrquê? Non disseste nada à ele?
- Não...
- Oh raparriga....Tens dê dizerr!!! Non custa náda, já devês terr dito à outrros rápazes, non?
- Não...
- Non? Más já andaste com rápazes, non?
- Não, não andei...
- Non???? Náda??? Nem um beijo???
(Nesta altura ela fica de todas as cores, e desespera por um buraco onde se meter...)
- Não...
- Há bon...
(Alguns segundos de silêncio)
...más porrquê? - perguntou o primo, intrigado com a situação.
- Não sei como é em França, mas aqui só se beija alguém quando gostamos dessa pessoa, e eu só seria capaz de beijar quem gosto!...
- Ê só gostaste dessê rápaz?
- Sim...
- Entom gôstas del há muitô tempo, non?
- Desde pequena...
- Oh moun dieu! Tens dê passarr isso, ês umá ráparrigue bonita, tens dezassez anox...Oh, nessa idade en France as ráparrigas namorram...
- O que queres? Tenho medo...
- Hã?
- Se calhar ele não gosta de mim...
- Ohhh....Non digas isso...Bonita como és...Ele vai à festa?
- Não sei...
- Aha...Sê calharr dizês isso parra eu não tômarr conte...Mas amanhã vou verr...ah ah...Vais-mê aprresentarr à ele, non? Non digo nada à ninguem, 'tá bom?
- Ah ah ah...Não sei...Vou pensar no teu caso...Ah ah...
Entretanto Hervé levanta-se e vai para junto dos primos deixando-a a pensar no que tinham falado...
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