Eis-me de volta ao vício da Internet depois de um retiro de mais de uma semana...É nestas alturas que reparamos o quanto estamos habituados à "rede", tanto assim é que nos primeiros dias sem net, desenvolvi alguns sintomas normalmente associados a alcoólicos anónimos ou outro tipo de abstémios.
Estarei viciado em Internet?
Não sei, certo é que ao fim de alguns dias os meus sentidos pareciam mais despertos, mais acutilantes, mais...vivos.
Bem , mas não foi para falar da minha vida que escrevo no 7M, sim porque embora esta desse um filme indiano (ou turco) passível de ser visto por uma imensa mole de voyeurs com uma vida ainda mais triste que a minha, ela não tem nada de especial, ao contrário de Slumdog Millionaire.
As semanas que passaram sobre o visionamento do filme permitiram-me digerir melhor o fenómeno criado por Danny Boyle, o mago criador de "Trainspotting", filme que me marcou pela sua beleza cruel.
Entrei na sala de cinema com a curiosidade natural de quem vai ver um filme que ganhou oito estatuetas douradas, acrescida da desconfiança de que Boyle se tivesse rendido aos clichés da Film Industry.
Nada disso.
Apesar de se encontrar muito Bollywood ao longo do filme, as marcas "trainspottingianas" (ena, ganda palavrão que inventei), estão lá, a crueldade da parte inicial leva-nos ao limite e funciona como um "murro no estômago", o qual é amplificado pelo poder da sala de cinema (Size matters in this case) e que contrasta com o ambiente pipoqueiro dos multiplexes.
A segunda parte é mais "conto de fadas", que consegue por uma vez fazer-nos torcer pelo final feliz...
Muito bom, seja ao nível sonoro, musical (MIA encaixa na perfeição no filme) e de fotografia, ao ver este filme sentimo-nos transportados para os bairros de lata e também aliviados por a indústria cinematográfica (ainda) não ter incluído o odor na exploraçaõ dos sentidos...
Ah, e fiquem para os créditos finais. Verão que vale a pena...
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4 comentários:
Ando a precisar de ir ao cinema...
Ainda não vi... mas a dica de ficar para ver os créditos sempre merece um agradecimento. :)
Eu não acho Trasnspotting belo, coloco ele como um alerta, assim como Laranja Mecânica. Porém, estou convencido que alertas não adiantam. A trilha de Trainspotting é animal! :)
O filme tá bastante forte
colonialismos, crescimento da india, aquelas desigualdades sociais, etc
Didas: Para este tipo de filmes não há nada como o "big screen";
Chantinon: O Trainspotting é belo no mesmo sentido do 21 gramas, ou seja, é daqueles filmes que gravas na memória para um dia te reaparecerem em sonho. Ou pesadelo. Mas ficam.
John Doe: ya.
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