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terça-feira, junho 07, 2011

A Árvore da Vida




No princípio era O Verbo.

Assim poderia resumir-se o início deste filme, com a evolução do universo desde o Big Bang até às primeiras Eras do Planeta Terra.

Estes 15 minutos, visualmente magníficos e em certos aspectos lembrando uma sequência parecida em 2001 - Odisseia no Espaço, acaba por provocar uma descontinuidade com o resto do filme e a meu ver é esse o ponto fraco da película: Tem tanto de belo a nível sonoro e visual, como de bizarro ao nivel da narrativa.

Aliás, penso mesmo que será essa inconstância narrativa aquilo que o impede de ser um dos favoritos aos Óscares 2012, pois o restante é de primeira água: Fotografia, Banda Sonora, Actores (Brad Pitt e a surpreendente Jessica Chastain fazem um casal que encarnam na perfeição a Natureza e Graça referidas no início do filme), Realização, tudo concorre para que este filme fique para a História do Cinema e toque no âmago de quem o assiste...

...Tudo, tirando um certo exagero filosófico no argumento que não será para todos os tipos de públicos nem para todas as circunstâncias (Acredito que este filme perca muito do seu impacto fora do escuro do cinema).

Resumindo: A Árvore da Vida é um banquete para os sentidos, uma obra de arte sensorial, mas com uma narrativa quase caótica e de difícil entendimento.

Se gostei? Sinceramente anda não sei dizer, tal como num Kubrick ou um Von Trier vintage, ainda estou a digerir o que vi, pois se por um lado o meu lado sensorial ficou deslumbrado, já o lado racional ainda está a tentar perceber toda aquela narrativa existêncial.

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

O Cisne Negro




Os filmes que perduram na nossa memória coletiva dividem-se em dois géneros:

- Os que documentam uma determinada época (Presente, passada ou futura) de maneira tão marcante que se tornam verdadeiros retratos desse tempo. Aqui incluo filmes geniais como "Tempos Modernos" ou "O Grande Ditador" de Chaplin, o inesquecível "Casablanca" e mais recentemente o conto de fadas à lá Bolywood "Quem quer ser milionário?";

- Outros debruçam-se sobre assuntos mais intangíveis e que sempre acompanharam o ser humano, os dramas pessoais e sociais que nos são transmitidos em forma de arte desde tempos logínquos e que têm como objeto principal o "Eu" de cada um. Estas películas têm a particularidade de relegarem o contexto histórico e social para segundo plano e concentrarem-se nas emoções que os atores transmitem, como por exemplo em "Kramer contra Kramer" ou "Closer"

Este ano os Oscares tiveram dois representantes fieis de cada um dos géneros, pois se "A Rede Social" transforma de forma brilhante Zuckerberg no Citizen Kane da "Internet 2.0" e das redes sociais, o "Cisne Negro" retrata de forma surpreendente a espiral de loucura em que entra uma bailarina obcecada pela perfeição.

O "Cisne Negro" deve muito à representação do outro mundo de Natalie Portman, mas é redutor limitar o filme apenas à atriz principal, Vincent Cassel é perfeito para o papel de encenador obcecado e abusador, enquanto que Mila Kunis (Que bela surpresa!) personifica o lado negro do Cisne, o perigo, a sedução, o desconhecido.

Surpreendente é também a escolha de Winona Ryder para o papel de Prima Ballerina caída em desgraça, mas a atriz convence neste papel, talvez por ter algo de autobiográfico...

...Por falar em autobiográfico, este é um dos pontos de contato com o filme anterior do realizador Darren Aronofsky, pois a história de "O Wrestler" não fica muito longe da vida do ator que lhe deu corpo.

A mãe de Nina serve como uma ponte entre os dois filmes, pois esta projeta na filha todo o desejo de sucesso que ela própria não conseguiu em tempo devido.

O cuidado cénico e sonoro colocado por Aronofsy neste filme é enorme, especialmente na dicotomia Cisne Branco / Cisne Negro mas se a primeira hora delicia-nos, nada nos prepara para a última meia hora, um thriller psicológico crú e inquietante, onde a fronteira entre o real e imaginário se esbate e descobrimos um improvável lado negro no mundo delicado do ballet.

Surpreendeu-me. De várias formas. E poucos são os que conseguem...


PS - Por fim uma nota para o genérico final, ele próprio um pequeno tesouro...

domingo, fevereiro 20, 2011

Oscares 2011

Os meus Favoritos

Melhor filme: A Rede Social;

Melhor Realizador: Darren Aronofsky (O Cisne Negro);

Ator: Jeff Bridges (Indomável);

Ator Secundário: Geoffrey Rush (O Discurso do Rei);

Atriz: Natalie Portman (O Cisne Negro);

Atriz Secundária: Hailee Steinfeld (Indomável).

domingo, dezembro 05, 2010

Cine (Paradíso) Monumental

Ontem fui ao cinema no Monumental em Lisboa ver Cela 211 (Filme Muy bueno, por sinal), e serviu para lembrar um pouco a minha infância, quando ia ao Cine-Teatro ver o Roger Rabbit ou História Interminável.

Num tempo em que os Multiplexes de Centro Comercial pipoqueiro dominam a cena, foi uma surpresa entrar num anfiteatro "à antiga" com personagens cinéfilas (Algumas davam até para um filme) sentadas em silêncio esperando pelo início do filme.

Fecham-se as luzes e ouve-se o matraquear da máquina projectora (há quantos anos não ouvia isto?), cedendo lentamente o protagonismo sonoro ao desenrolar da fita.

No final, depois de projectar o filme, os créditos finais sem que ninguém se levantasse e sem que as luzes inundassem a sala.

terça-feira, fevereiro 16, 2010





















AVATAR =

Planeta dos Macacos

+ Senhor do Aneis

+ Lawrence das Arábias

+ Tecnologia do Séc. XXI

quinta-feira, abril 30, 2009

Slumdog millionaire

Eis-me de volta ao vício da Internet depois de um retiro de mais de uma semana...É nestas alturas que reparamos o quanto estamos habituados à "rede", tanto assim é que nos primeiros dias sem net, desenvolvi alguns sintomas normalmente associados a alcoólicos anónimos ou outro tipo de abstémios.

Estarei viciado em Internet?

Não sei, certo é que ao fim de alguns dias os meus sentidos pareciam mais despertos, mais acutilantes, mais...vivos.

Bem , mas não foi para falar da minha vida que escrevo no 7M, sim porque embora esta desse um filme indiano (ou turco) passível de ser visto por uma imensa mole de voyeurs com uma vida ainda mais triste que a minha, ela não tem nada de especial, ao contrário de Slumdog Millionaire.



As semanas que passaram sobre o visionamento do filme permitiram-me digerir melhor o fenómeno criado por Danny Boyle, o mago criador de "Trainspotting", filme que me marcou pela sua beleza cruel.

Entrei na sala de cinema com a curiosidade natural de quem vai ver um filme que ganhou oito estatuetas douradas, acrescida da desconfiança de que Boyle se tivesse rendido aos clichés da Film Industry.

Nada disso.

Apesar de se encontrar muito Bollywood ao longo do filme, as marcas "trainspottingianas" (ena, ganda palavrão que inventei), estão lá, a crueldade da parte inicial leva-nos ao limite e funciona como um "murro no estômago", o qual é amplificado pelo poder da sala de cinema (Size matters in this case) e que contrasta com o ambiente pipoqueiro dos multiplexes.

A segunda parte é mais "conto de fadas", que consegue por uma vez fazer-nos torcer pelo final feliz...

Muito bom, seja ao nível sonoro, musical (MIA encaixa na perfeição no filme) e de fotografia, ao ver este filme sentimo-nos transportados para os bairros de lata e também aliviados por a indústria cinematográfica (ainda) não ter incluído o odor na exploraçaõ dos sentidos...

Ah, e fiquem para os créditos finais. Verão que vale a pena...

segunda-feira, setembro 15, 2008

O 7M recomenda

 

Um filme feito de vários filmes, ou o que seria um filme de Kusturica se este fosse português.

segunda-feira, junho 30, 2008

Frase do dia - 30/06/08

What goes in Vegas, stays in Vegas.

Or does it? *


* - Frase com que terminei um texto sobre a eterna relação homem/mulher. Acabei por não o publicar, pois ao fazer a revisão deste, pareceu-me demasiado "Sexo e a Cidade".

terça-feira, janeiro 08, 2008

5 BSO's

Em resposta (atrasada) ao desafio do Lois69, autor do Brolgue Brolguista, reflecti sobre cinco BSO's que representaram algo de especial...

Aqui vão os resultados:


- História Interminável, lembro-me de ser miúdo e fascinar-me com filmes de ficção científica como o Guerra das Estrelas e sucedâneos, mas aquele que mais me marcou foi The NeverEnding Story, não pelo filme em si (Se o visse hoje ia achá-lo uma xaropada), mas pelo impacto da grandiosidade na tela de cinema. Saí daquela Festa de Natal '84 no Cine-Teatro local cantando "Neverending stooory...nanana, nanana, nanana...Neverending stooory...". Sem o saber, tinha dito as minhas primeiras palavras em inglês.

- The Doors, se o filme anterior marcou a minha meninice, este foi um dos pontos altos da adolescência. Tendo ficado atraído pelo trailer do filme, fiquei logo com duas ideias em mente: Primeiro, descobrir que banda era aquela; Segundo, arranjar maneira de parecer mais velho para assistir ao filme. Depois de reforçar a paixão pelos Doors numa investigação aos arquivos discográficos de um amigo (Sem Internet era assim que se faziam as coisas...), decidi deixar crescer a barba durante uma semana e fui para o cinema com os meus amigos mais velhos, tendo entrado na sala orgulhoso por fazer algo que à partida me estaria vedado...


- Pulp Fiction, foi um dos filmes que maior impacto me causou e será talvez o que mais vezes terei visto, ao ponto de a certa altura conseguir reproduzir de forma fiel certos diálogos do mesmo...Foi a minha introdução ao universo Retro-70's gangster de Tarantino e a Banda Sonora do Filme reflecte esse ambiente, desde o "I love you honney bunny" inicial, passando pelos Tarantino-Kitch "Son of a Preacher Man" e "Girl, You'll Be a Women Soon", terminando nas citações bíblicas da personagem de Samuel L. Jackson, esta última razão suficiente para oito anos depois reabrir a Bíblia e reler os referidos excertos.

- Gato preto, Gato branco, o filme lembra-me os tempos de universidade e os debates até altas horas da noite sobre mulheres, cinema, música, mulheres, etc, os quais eram alimentados a pack's de cerveja compradas no supermercado e que terminavam invariavelmente com as mesmas conclusões...Num dos convívios, um dos colegas mais pró intelectual mencionou-nos um realizador chamado Kusturica e de forma laudatória, replicou algumas cenas da película Gato Preto, Gato Branco. O entusiasmo foi geral e dias depois o grupo juntou-se para ver o filme, tendo este superado as nossas expectativas, com situações comicamente absurdas e uma banda sonora que não lhe ficava nada atrás...

- A Paixão de Cristo, desde cedo que fui um interessado por temas bíblicos, pelo que este filme nem precisava da polémica anti-semítica para ficar na minha lista de filmes Must see now. Para além da musicalidade própria do latim e aramaico, o outro factor que captou o meu sentido auditivo foi a música em pano de fundo, inspirada em instrumentos e harmonias locais, a BSO conseguiu criar uma aura muito especial, emprestando uma emotividade sonora à altura do filme em causa. Ou como a World Music pode ser simultaneamente arqueológica, clássica e folk.

segunda-feira, março 05, 2007

Little Miss Sunshine



Agora compreendo quem acha este filme o melhor de 2006.

Uma comédia dramática ou um drama hilariante, qualquer que seja o ponto de vista, este é um filme a não perder.

domingo, fevereiro 25, 2007

O tio Oscar

Os meus favoritos para esta noite:

Melhor filme: Babel

Realizador: Scorsese (?)

Actor Principal: Forest Whitaker (?)

Actor Secundário: Eddie Murphy

Actriz Principal: Penélope Cruz, Meryl Streep e Helen Mirren (Dividia-se o Oscar em 3...)

Actriz Secundária: Rinko Kikuchi

sábado, janeiro 20, 2007

5 de uma vez

Babel - O melhor: A parte mexicana, nota-se que Iñarritu está no seu melhor quando conhece bem o terreno. O pior: A colagem da parte japonesa ao resto do filme está forçada, talvez fosse melhor fazer dois filmes separados. Conclusão: Merece ser premiado.

As mulheres e as compras - Quando um homem vai comprar roupa e encontra algo que gosta, acaba aí a procura e vai pagar. A mulher não, depois de encontrar uma ou duas peças que gosta, vasculha outra metade da loja para encontrar mais uma ou duas peças giras, depois fica indecisa sobre qual vai comprar e pergunta à infeliz da companhia qual gosta mais. Já em casa, experimenta a peça que comprou e chega à conclusão que afinal a azul que ficou na loja é que era bonita.

Os betos suburbanos - Compram roupa com marca fashion bem visível, de preferência em letras garrafais para podermos ler a 50 mts distância, compram Audi's A3 em segunda mão porque é bem ter um A3, vão para as discotecas da moda sonhando ser fotografados e aparecer nas revistas (nem que seja na revista da paróquia), tendo como objectivo primordial dar o golpe do baú com algum(a) tanso(a) realmente rico(a).

TLEBS - A língua portuguesa em comparação com a inglesa já é complicada e agora vêm certos iluminados torná-la mais difícil ainda. Sim senhor!...

Pop - Um disco incompreendido dos U2, a rodar no meu leitor de CD's. Algumas músicas estão lá em cima, outras nem tanto. A minha faixa favorita: Do you feel loved, aquela linha de baixo é simplesmente fenomenal.

domingo, dezembro 31, 2006

:O



Talvez o melhor filme português de 2006 e de certeza o melhor filme de guerra feito em Portugal, até porque esta é só o cenário. E que cenário...Procurando o realismo quase de forma obsessiva, "20,13" transporta-nos para o palco da guerra como se de um Platoon se tratasse.

Dentro do filme existem vários elementos em simultâneo que mantêm a mente e o olhar fixado na tela, desde as relações várias entre as personagem (companheirismo, amor, obsessão, confronto, etc), os apontamentos de humor (confesso que a minha favorita foi a do Larga-Larga), terminando no mistério(?) das mortes e transcrições bíblicas...

Com diferenças de ritmo brutais, "20,13" é também o retrato de certas características intemporais do "ser" português.

Com este filme, Joaquim Leitão conseguiu um equilíbrio (sempre difícil no nosso país) entre o chamado "cinema de autor" e uma preocupação em chegar ao consumidor médio.

Em resumo, Alice meets Adão e Eva.