Em resposta (atrasada) ao desafio do Lois69, autor do
Brolgue Brolguista, reflecti sobre cinco BSO's que representaram algo de especial...
Aqui vão os resultados:
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História Interminável, lembro-me de ser miúdo e fascinar-me com filmes de ficção científica como o Guerra das Estrelas e sucedâneos, mas aquele que mais me marcou foi The NeverEnding Story, não pelo filme em si
(Se o visse hoje ia achá-lo uma xaropada), mas pelo impacto da grandiosidade na tela de cinema. Saí daquela Festa de Natal '84 no Cine-Teatro local cantando
"Neverending stooory...nanana, nanana, nanana...Neverending stooory...". Sem o saber, tinha dito as minhas primeiras palavras em inglês.
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The Doors, se o filme anterior marcou a minha meninice, este foi um dos pontos altos da adolescência. Tendo ficado atraído pelo
trailer do filme, fiquei logo com duas ideias em mente: Primeiro, descobrir que banda era aquela; Segundo, arranjar maneira de parecer mais velho para assistir ao filme. Depois de reforçar a paixão pelos Doors numa investigação aos arquivos discográficos de um amigo
(Sem Internet era assim que se faziam as coisas...), decidi deixar crescer a barba durante uma semana e fui para o cinema com os meus amigos mais velhos, tendo entrado na sala orgulhoso por fazer algo que
à partida me estaria vedado...
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Pulp Fiction, foi um dos filmes que maior impacto me causou e será talvez o que mais vezes terei visto, ao ponto de a certa altura conseguir reproduzir de forma fiel certos diálogos do mesmo...Foi a minha introdução ao universo
Retro-70's gangster de Tarantino e a Banda Sonora do Filme reflecte esse ambiente, desde o
"I love you honney bunny" inicial, passando pelos
Tarantino-Kitch "Son of a Preacher Man" e "Girl, You'll Be a Women Soon", terminando nas citações bíblicas da personagem de Samuel L. Jackson, esta última razão suficiente para oito anos depois reabrir a Bíblia e reler os referidos excertos.
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Gato preto, Gato branco, o filme lembra-me os tempos de universidade e os debates até altas horas da noite sobre mulheres, cinema, música, mulheres, etc, os quais eram alimentados a pack's de cerveja compradas no supermercado e que terminavam invariavelmente com as mesmas conclusões...Num dos convívios, um dos colegas
mais pró intelectual mencionou-nos um realizador chamado Kusturica e de forma laudatória, replicou algumas cenas da película Gato Preto, Gato Branco. O entusiasmo foi geral e dias depois o grupo juntou-se para ver o filme, tendo este superado as nossas expectativas, com situações comicamente absurdas e uma banda sonora que não lhe ficava nada atrás...
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A Paixão de Cristo, desde cedo que fui um interessado por temas bíblicos, pelo que este filme nem precisava da polémica
anti-semítica para ficar na minha lista de filmes
Must see now. Para além da musicalidade própria do latim e aramaico, o outro factor que captou o meu sentido auditivo foi a música em pano de fundo, inspirada em instrumentos e harmonias locais, a BSO conseguiu criar uma aura muito especial, emprestando uma emotividade sonora à altura do filme em causa. Ou como a World Music pode ser simultaneamente arqueológica, clássica e folk.